A versatilidade dos bots ─ espécie de robôs que simulam ações humanas ─ do Facebook não para de crescer, acompanhando a recente implementação do recurso no Messenger. A divisão de pesquisa em inteligência artificial da rede social (FAIR, na sigla em inglês) divulgou um estudo de testes nos quais os robôs foram capazes de aprender técnicas de negociação.
O resultado foi superior ao esperado pelos pesquisadores, uma vez que o software também aprendeu como mentir para obter melhores resultados e, durante os testes, muitas pessoas não perceberam que não estavam conversando com um ser humano e sim com um robô programado para enviar as mensagens.
O primeiro passo foi ensinar o bot como funciona a negociação. O Facebook criou uma base de dados com 5.808 diálogos diferentes. Cada cenário era composto por duas pessoas e uma série de objetos que deveriam ser divididos entre eles. O objetivo era alcançar a maior quantidade possível de pontos, sendo que o valor de cada objeto era diferente para cada negociador e determinado na hora.
Em seguida, o robô precisou aprender a se comunicar para fazer suas próprias negociações. O primeiro passo foi fazê-lo treinar com cópias de si mesmo, de forma a incrementar as habilidades com técnicas de aprendizagem de máquinas e supervisão humana ocasional para garantir que continuem na linguagem humana.
O segredo, entretanto, está no passo seguinte. Para evitar que a máquina seja surpreendida por uma situação inusitada, a solução encontrada pelos cientistas foi fazê-la criar simulações de resultados possíveis para cada ação e, depois, escolher a que tem mais chance de chegar a uma conclusão positiva na negociação.
Agindo desta forma, o robô conseguiu um nível de diálogo mais natural e parecido com o humano, fazendo com que seus parceiros de testes não percebessem não se tratar de uma pessoa. Outro resultado positivo foi chegar a conclusões mais favoráveis e estar menos disposto a fechar acordos desfavoráveis para si mesmo.
O robô mente mesmo?
O que surpreendeu os pesquisadores foi quando perceberam que o bot tinha aprendido por si só a enganar seu interlocutor. Em um exemplo, o robô blefou que desejava uma bola com valor 0, apenas para conceder em seguida e ficar com os outros itens na barganha, que lhe deram a pontuação máxima possível.
Dados e códigos usados pelo Facebook na pesquisa estão disponíveis para download, mas ainda não há uma forma para o usuário comum testar. Os planos da rede social no futuro incluem incrementar a inteligência artificial com novas técnicas de negociação mais avançadas, usando estratégias em campos diferentes.
"Você pode imaginar um mundo onde isso [bots] acelere e
... facilite as interações — por exemplo, cenários futuros em que as pessoas podem usar robôs de bate-papo para atendimento ao cliente ou agendamento — onde os bots podem se envolver em conversas contínuas, fazendo negociações humanas com outros bots ou pessoas em nosso nome ", disse Mike Lewis, pesquisador responsável pelo teste.
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