O WhatsApp confirmou, nesta sexta-feira (19), o banimento de centenas de milhares de contas do aplicativo apenas durante o período eleitoral brasileiro. Os perfis são suspeitos de compartilhar notícias falsas ou fake news, e foram rastreados com ajuda de um filtro que identifica spam automaticamente. Segundo a empresa, a lista inclui números de agências que comercializam disparo de mensagem em massa. O WhatsApp, no entanto, não divulgou a quantidade exata de contas removidas.
A medida foi anunciada na esteira de uma reportagem publicada no jornal Folha de São Paulo nesta quinta-feira (18), que denunciou a contratação ilegal de disparos de mensagens contra o Partido dos Trabalhadores (PT) por meio do aplicativo. Procurado pelo TechTudo, o WhatsApp declarou que "está levando a denúncia a sério e tomando medidas legais".
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"Temos tecnologia de ponta para detecção de spam que identifica contas com comportamento anormal para que não possam ser usadas para espalhar spam ou desinformação. Também estamos tomando medidas legais imediatas para impedir empresas de enviar mensagens em massa via WhatsApp e já banimos contas associadas a essas empresas", explicou o WhatsApp em nota.
O mecanismo de detecção de spam do WhatsApp funciona em duas vias: decorrente de denúncias de usuários — veja como fazer — e por meio de um sistema autônomo. No segundo caso, a empresa lança mão de aprendizado de máquina (machine learning) para entender o padrão de contas falsas e identificá-las sem intervenção humana. Segundo a companhia, mesmo as denúncias manuais realizadas por usuários também passam por um filtro para evitar bloqueios injustos.
No entanto, o WhatsApp admite existir meios de contornar o banimento de contas. Como a expulsão é atrelada apenas ao número telefônico usado no cadastro, nada impede que uma pessoa ou empresa removida use um novo telefone para voltar ao aplicativo. Conforme informado na reportagem da Folha, agências que fornecem disparos em massa usam serviços estrangeiros de geração de números para burlar eventuais bloqueios.
Segundo o mensageiro, o filtro de spam do aplicativo é capaz de identificar contas que usam números internacionais para contornar restrições. “Nossa ferramenta identifica o telefone e o código de área e cruza isso com as outras informações. Não tenho números exatos, mas tenho certeza de que entre as centenas de milhares de usuários banidos nas eleições brasileiras há, sim, números internacionais", explicou um porta-voz do WhatsApp à BBC, nos Estados Unidos.
Sem tempo para mudanças
Ainda em resposta à BBC, a rede social declarou que, por questões técnicas, não há tempo hábil para implementar mudanças no aplicativo com o objetivo de coibir a distribuição de fake news antes do fim das eleições brasileiras.
Alterações no mensageiro demandam testes em pequena escala e uma liberação gradual da nova versão do app para os mais de 1,5 bilhão de usuários no mundo. O processo, garante a empresa, poderia levar meses até chegar em forma de atualização nos celulares dos usuários. A resposta vem após cobrança pública dos professores Fabrício Benevenuto da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Pablo Ortellado da Universidade de São Paulo (USP), da ONG Safer Net, e de Cristina Tardáguila, diretora da Lupa, uma das agências contratadas pelo Facebook para checar fatos publicados na plataforma.
Na avaliação dos especialistas, o WhatsApp deveria implementar, com urgência, novas restrições até o fim do período eleitoral. O pedido envolve, entre outras medidas, a redução temporária do número de pessoas que podem ser adicionadas a grupos e a diminuição de encaminhamentos para, no máximo, cinco contatos.
As mudanças serviriam para atenuar a distribuição de fake news. O WhatsApp permite circulação de informações de maneira fechada e, desde 201
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