A gigante chinesa Huawei recebeu mais 90 dias para negociar a crise com o governo dos Estados Unidos. O secretário do comércio Wilbur Ross disse à emissora Fox Business que o governo de Donald Trump irá estender o prazo da suspensão temporária que terminaria nesta segunda-feira (19). Na prática, a companhia asiática entraria numa lista com severas restrições. Agora, tem mais tempo para definir o futuro no país.
A crise entre a Huawei e Estados Unidos põe em dúvida as relações comerciais da companhia chinesa com empresas norte-americanas. Entre elas está o Google, o que pode impedir a disponibilização do Android, sistema utilizado nos smartphones da marca, como o Huawei P30 Pro, recentemente lançado no Brasil. Gmail e Google Play também poderiam desaparecer de futuros produtos da marca.
Outras companhias vêm impondo restrições aos produtos da Huawei, também, por conta do bloqueio. É o caso da Arm, que rompeu contratos e relações com a fabricante chinesa após a decisão do governo dos Estados Unidos. O mesmo se estende ao Facebook, que proibiu a marca de vender celulares com os seus aplicativos pré-instalados, incluindo o Instagram e WhatsApp.
O clima de incerteza chegou a afetar a comercialização do Huawei P30 Pro no Brasil, mesmo sem nenhum bloqueio determinado pelo governo brasileiro. Ao TechTudo, a empresa confirma que “houve casos isolados de devolução”, sem revelar números.
Apesar da crise, o Huawei P30 Lite e Huawei P30 Pro se encontram à venda no comércio nacional com preços por volta de R$ 1.490 e R$ 4.500, respectivamente – a depender das ofertas do dia. “Os consumidores podem ficar tranquilos, pois seus aparelhos continuarão funcionando normalmente, bem como recebendo as atualizações de segurança e de serviços do Google, como Google Play (incluindo aplicativos de terceiros) e Gmail”, diz a companhia em nota divulgada em maio.
Entenda o caso
A Huawei vem enfrentando uma intensa queda de braço com o governo dos Estados Unidos após a declaração de estado de emergência em maio de 2019, colocando-a em uma lista de empresas proibidas de realizar transações com companhias norte-americanas. Na ocasião, a gigante chinesa recebeu um prazo de 90 dias para negociar as sanções, após ser acusada de espionagem industrial.
A decisão gerou uma crise tanto entre as empresas parceiras quanto entre os consumidores, ao pôr o futuro da companhia em dúvida. Após a ordem executiva, diversas companhias norte-americanas encerraram as relações comerciais com a Huawei, que fabrica e fornece desde celulares até equipamentos de telecomunicações em todo o mundo.
A polêmica ganhou outras dimensões com o decorrer dos meses. E
A Huawei entrou com uma ação contra o governo dos Estados Unidos, em maio, alegando que o embargo é inconstitucional. A questão será julgada nos tribunais em 19 de setembro.
Via Reuters
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