Ernani "Weedzao", um dos maiores streamers de Free Fire Battlegrounds do Brasil, agora também é campeão mundial. O jogador foi um dos brasileiros que vestiu a camisa verde e amarela no Streamers Showdown, primeiro torneio internacional do modo Contra Squad do game da Garena. A disputa aconteceu no último dia 21 em Bangkok, na Tailândia, e o Brasil trouxe o troféu para casa.
O TechTudo viajou para a Ásia para acompanhar o torneio e conhecer os jogadores. Weedzao, que ficou famoso depois de ser banido do jogo, contou um pouco sobre sua história, sua experiência no PC e habilidade com a AWM. O jogador também garantiu que quer participar de mais torneios e trazer mais títulos para o Brasil.
A carreira de Weedzao como influenciador de Free Fire começou de uma forma inusitada: quando ele recebeu um ban no jogo. "Eu fui banido depois que outros jogadores me denunciaram por acharem que eu estava usando hacks". O player chamou atenção por jogar bem com a AWM, uma sniper famosa justamente por ser uma arma de domínio difícil. A punição, no entanto, foi a oportunidade que Weedzao precisava. "No início eu achei que o ban seria algo ruim para mim, mas depois vi que foi algo bom, porque a comunidade ficou curiosa. As pessoas queriam saber como eu jogava e se eu estava roubando ou não, isso atraiu muito o público", explica.
O caso aconteceu há 12 meses. Pouco tempo depois de criar o seu canal no YouTube, Weedzão foi desbanido pela Garena e foi reconhecido como o "rei da AWM" pela comunidade. Hoje o influenciador tem mais de 1,3 milhão de seguidores no Instagram e 1,6 milhão de inscritos no seu canal. "Claro que eu nunca roubei", afirma. "A Garena me reavaliou e tirou o meu ban, e eu de fato treinei muito para conseguir ir bem no jogo".
Weedzao também é conhecido pelo público por jogar Free Fire no PC. O game está originalmente disponível para download em celulares Android e iPhone (iOS), mas também é possível rodar o título em computadores usando emuladores. "Eu adorava jogos como DotA 2, Tibia, CS. Eu sempre fui viciado em games online e sempre joguei no PC, mas jogos pesados eu não conseguia rodar". A plataforma também era a única que ele tinha quando decidiu abrir seu canal. "Eu não tinha dinheiro para comprar um celular bom. Antes de começar a streamar eu trabalhava em um restaurante. Eu trabalhei quatro anos nele recebendo um salário mínimo, de terça à domingo, trabalhava de 3h00 da tarde até 2h00 da manhã", detalha.
Depois de perder o emprego, o jogador juntou as economias que tinha e comprou alguns equipamentos para começar a streamar. "Eu fiquei desempregado, voltei pra casa da minha mãe e eu não podia ficar parado, porque eu tenho um filho". E foi em um notebook com a tela quebrada, sem cooler e sem placa de vídeo que ele deu o pontapé inicial na sua carreira. "Eu tinha que jogar tudo no suave e ainda colocava o ventilador em cima quando ele esquentava. Eu estava procurando um outro trabalho, estudando e jogando ao mesmo tempo. Eu treinei muito e estava tentando viver de um sonho, mas não sabia que o jogo ia me fazer ser tão grande".
Agora Weedzao aproveita o sucesso. Além de conseguir viver bem como streamer, ele foi comentarista da Free Fire Pro League 2 e se tornou campeão mundial ao vencer o Streamers Showdown. Na Tailândia, a comemoração da vitória foi simples: o jogador comprou uma caixa de som para ouvir funk pelas ruas de Bangkok ao lado dos seus c
O plano do player para o futuro é treinar cada vez mais e migrar aos poucos para os smartphones. "Jogar no celular é melhor por ser mais competitivo. O torneio aqui da Tailândia foi mobile e é assim na maioria das competições. Free Fire abriu as portas do competitivo para mim e eu abracei a oportunidade. E eu quero competir mais e trazer mais títulos para o Brasil", conclui.
*A jornalista viajou para a Tailândia a convite da Garena
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