NFT é uma tecnologia que ganhou destaque no mundo da arte, mas já é vista em muitos outros setores: de vídeos esportivos a memes, tudo que é digital pode virar um colecionável na blockchain. Os tokens não-fungíveis são uma espécie de certificado digital com registro criptográfico similar ao do Bitcoin. Eles têm a capacidade de transformar mídias digitais em bens únicos e originais, assumindo, portanto, a característica de bens infungíveis.
A tecnologia atesta a propriedade do arquivo digital e tem segurança garantida por uma rede de registros criptográficos semelhante à do Bitcoin e outras moedas virtuais. Os dados ficam salvos dentro de blocos criptográficos conectados entre si, criando uma cadeia que permite rastrear todas as transações já feitas. Veja, a seguir, seis casos curiosos em que o NFT já foi usado.
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1. Compra de memes
Um dos usos curiosos para um NFT envolve o interesse por memes, que também podem ser tokenizados (gravados em um contrato digital) para garantir ao dono a propriedade da mídia original. É o caso, por exemplo, do meme Nyan Cat, o GIF de um gato espacial vendido como NFT por quase US$ 600 mil — aproximadamente R$ 3,2 milhões, na cotação atual.
O leilão na plataforma Foundation durou mais de 24 horas e é, até hoje, a obra de humor mais cara já vendida como um NFT. No entanto, outros memes famosos também já foram transformados em NFT e vendidos por cifras milionárias, como o da namorada superapegada, popularizado em 2012 e vendido, no último domingo (4), por 200 Ethereum, o equivalente a mais de R$ 2,2 milhões.
2. Loja de colecionáveis esportivos da NBA
A NBA entrou, recentemente, na era da criptoarte com a venda de vídeos colecionáveis pela plataforma "NBA Top Shot", criada pela empresa Dapper Labs, mesma idealizadora do jogo NFT CryptoKitties.
A solução é composta por videoclipes de jogadas de partidas reais da liga americana de basquete. Além do lance em si, o NFT traz informações sobre o jogo, como estatísticas, o jogador em destaque e o histórico de preços de venda do item. Assim como nos tradicionais álbuns de figurinhas, é possível comprar os NFTs da NBA em pacotes.
Os preços no site podem variar de acordo com a qualidade do lance, a importância da partida e o nível do jogador. Uma enterrada de LeBron James, por exemplo, pode custar US$ 200 mil (R$ 1,12 milhão).
3. Venda de artigo do The New York Times
O jornal americano The New York Times também viu nos NFTs uma oportunidade de lucrar. Em março deste ano, o veículo vendeu um artigo jornalístico por quase US$ 700 mil (R$ 3,9 milhões). O valor arrecadado com a venda será destinado ao "The Neediest Cases", fundo filantrópico mantido pelo NYT. A arrematante do artigo foi a mesma compradora do meme da namorada superapegada, a 3F Music. A empresa se trata de uma produtora musical indiana conhecida também pelas recentes aquisições de ativos NFTs.
4. Combate a fake News
O combate às fake news ganhou um reforço com a adesão das agências de checagem de fatos à tecnologia NFT. Para celebrar o Dia Internacional da Checagem de Fatos, comemorado em 2 de abril, e como apoio a organizações e verificadores, a plataforma FACTS-NFT colocou à venda 20 verificações de fatos cuidadosamente selecionadas na forma de tokens criptográficos.
Na plataforma, que é o primeiro marketplace de NFTs do segmento, as checagens são disponibilizadas por 0,05 Ethereum, que equivalem, hoje, a aproximadamente R$ 558. Do total, 86% do valor são destinados ao verificador da notícia e 14% cobrem as ta
5. Compra de tuítes
Outra forma inusitada de uso de NFTs foi a compra do primeiro tuíte publicado na rede social, arrematado pelo lance final de US$ 2,9 milhões. Segundo Jack Dorsey, autor da publicação e CEO do Twitter, os valores serão revertidos para a "GiveDirectly Africa Fund", instituição filantrópica que ajuda pessoas em situação de pobreza.
O tuíte, que dizia "apenas configurando meu twttr [sic]", em inglês, foi publicado em 21 de março de 2006 e contava com mais de 120 mil compartilhamentos e 160 mil curtidas. A versão NFT, autografada digitalmente por Dorsey, foi adquirida em março, 15 anos depois da publicação original. O comprador foi Sina Estavi, o CEO da Bridge Oracle, empresa do ramo de blockchain com sede na Malásia.
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6. Compra de videoclipes
Em outubro de 2020, um colecionador de arte de Miami, nos Estados Unidos, gastou o equivalente a US$ 67 mil (R$ 378 mil) na compra de um videoclipe com duração de dez segundos que poderia ser acessado online gratuitamente. Mais surpreendente, no entanto, foi a revenda da arte, realizada em fevereiro deste ano, pela quantia de US$ 6,6 milhões (R$ 37,23 milhões).
A criptoarte é um vídeo do artista digital Beeple, cujo nome verdadeiro é Mike Winkelmann. Embora possa ter cópias disponibilizadas online, o registro da obra de arte digital na blockchain é o que certifica a propriedade da obra original.
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