Além dos especialistas que compartilham conhecimento e dos milhares de participantes que enchem as salas de palestras do FISL 16, em Porto Alegre, algumas "celebridades de pelúcia" garante a fofura do evento. Eles estão presentes não apenas "em pessoa", mas como ícones em adesivos, camisetas, canecas, bonecos e no imaginário dos ativistas do Software Livre. São os mascotes das comunidades.
Como assistir as palestras do FISL 16 online
Tão queridos, os mascotes já foram tema da arte do evento, em 2009, e em 2012 foram homenageados com quatro representantes emblemáticos nomeando salas de palestras. Na ocasião, para cumprir a difícil tarefa de eleger os mais representativos, a organização do FISL escolheu os mascotes de diferentes sistemas operacionais livres descendentes do UNIX: GNU/Linux, FreeBSD e OpenBSD.
Conheça essas e outras estrelas da rotina e do imaginário das comunidades de Software Livre.
TUX, “o pinguim do Linux”
O pinguim virou um símbolo do GNU/Linux e seria difícil contar quantas dessas aves do pólo sul aparecem coladas, estampadas, rabiscadas e até mesmo circulando, em carne e pelúcia.
Diz a lenda que o mascote mais fofo da comunidade foi um sugestão do próprio Linus Torvalds que simpatiza com pinguins – apesar de ter lembrado deles justamente por ter sido mordido por um. Um pinguim gordinho e amigável, com expressão de satisfeito, não era bem o que aquele grupo da vanguarda do Software Livre, discutindo na lista Linux-kernel, em 1996, queria como mascote.
As ideias iniciais seguiam uma linha mais agressiva, uma águia, quem sabe um tigre. Mas, o tempo mostrou que Linus tinha razão: um pinguim fofo e simpático, satisfeito após comer uma porção de peixes, é algo que todos querem levar para casa. Quem não ama o Tux?
Hoje o Tux é ícone não só do Linux, mas de uma controvérsia que promete agitar os embates no FISL16. Os ativistas Anauhac de Paula Gil e Alexandre Oliva vão promover um debate chamado “Tux não nos representa”, no qual vão expor sua tese de que a utilização do mascote do Linux tem sido uma estratégia bem sucedida de eliminar do debate as questões éticas e filosóficas do Movimento político-social do Software Livre. A proposta deles é “Vamos desintuxicar?".
GNU não é Unix
Os iniciados já sabem: citar o sistema “Linux” é cometer uma gafe não só técnica como histórica. Como Richard Stalmann e seus seguidores fazem questão de esclarecer, o correto é “GNU/Linux”, já que o Linux é apenas uma parte, ainda que fundamental – o kernel – que permitiu que o sistema idealizado pela Free Software Foundation se tornasse, enfim, operacional.
Da intenção de criar um “sistema de software completamente compatível com o Unix”, mas sem utilizar-se do código fonte deste, surgiu o acrônimo recursivo GNU – “Gnu is Not Unix” (GNU não é Unix). Daí para o uso do mamífero de mesmo nome como mascote não foi preciso nem discutir.
O referido animal tem nome de origem africana. Embora faça parte da vida de um GNU acabar eventualmente como presa de leões, hienas e cães selvagens nas savanas, uma mãe GNU é capaz de enfrentar, a coices e chifradas, até mesmo o
FOX, que não é raposa
O navegador da Mozilla já foi Phoenix e Firebird antes de chegar a Firefox, nome que parece enfim consagrado após mais de dez anos de novas versões e melhorias no software. A "raposa laranja fluorescente" é mais um dos personagens que há anos não deixam de circular nos corredores do FISL, e acaba ilustrando centenas de álbuns de fotos dos participantes do evento.
O que talvez nem todos saibam é que os firefoxes – literalmente “raposas de fogo” – existem, mas não são raposas. O panda-vermelho (Ailurus fulgens) ganhou o apelido por sua cor e tamanho serem parecidos com os de uma. Oficialmente, a mascote atende por Fox e costuma ser muito divertida.
Ainda assim, a própria Mozilla declara, no site do projeto, que o desenho da logo não é um firefox, o panda-vermelho, já que o animal não transmitiria o conceito adequado. É bem verdade que quem investe em um projeto de software não espera que ele corra risco de extinção, como o pequeno mamífero asiático.
Konqi, o dragão do KDE
Tem pinguim, tem GNU, tem “raposa-que-não-é-raposa” e tem até dragão! A fantasia do Konqi, mascote do KDE, comunidade que gira em torno do desenvolvimento de aplicativos para desktop multiplataforma, é outro sucesso.
O cabeção carismático e bonachão precisa ser vestido com ajuda de duas pessoas, e como os outros bonecos que circulam pelo evento, o Konqi precisa de um “anjo” que o guie pelos corredores. Entretanto, é diversão garantida ver um dragão verde enorme caminhando e dançando pelos corredores.
Geeko, o camaleão da Suse
A logo oficial e atual mascote do OpenSuse Linux, uma das distribuições GNU/Linux mais populares, é o Geeko, um camaleão cujo nome brinca com as gecko (lagarto, em inglês) e geek, e como não poderia deixar de ser, aparece por aí em várias cores. A participação do Geeko no FISL é discreta: ele é um ícone em PCs, canecas, camisetas e até pelúcia. Por enquanto ele não chegou a ser objeto de fantasia pelos corredores, mas pode estar camuflado pelos estandes.
O elePHPant do PHP
A linguagem de programação voltada para desenvolvimento web acaba de completar 20 anos, mas o elefantinho que veio a se tornar o ícone do PHP é um pouco mais jovem. Ele começou a ser criado de forma despretensiosa a partir de uma brincadeira com as letras PHP numa folha de papel, como conta seu criador Vincent Pontier.
A comunidade PHP foi crescendo, até a linguagem se tornar uma das mais usadas no mundo para a Internet, e o elefantinho azul caiu nas graças dos desenvolvedores. A pelúcia só apareceu uns 10 anos depois, e algumas delas “frequentam” o FISL nas mochilas dos seus donos para decorar mesas e ilustrar fotos. Quem não tem, cobiça, e quem tem não descuida do seu!
A borboleta da ASL.Org
A borboleta com o rastro do seu voo remetendo aos zeros e uns do código binário, logomarca da Associação Software Livre.Org, organizadora do FISL, foi criada em um concurso que a entidade promoveu em 2005, tendo como autor da proposta vencedora o designer livre Aurélio Heckert.
A leveza e a liberdade transmitidas pelo ícone remetem aos valores da ONG que desde 2003 promove o conhecimento livre e compartilhado no maior encontro de comunidades de software livre do mundo.
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