O Telegram se tornou a alternativa preferida dos brasileiros quando há o bloqueio do WhatsApp ou o mensageiro fica fora do ar. Com promessa de privacidade além do normal e recursos mais avançados, ele sempre registra novos cadastrados quando o rival deixa de funcionar. Para além da propaganda, no entanto, existem sérias dúvidas – e críticas – a respeito da privacidade oferecida pelo programa. Seria o Telegram tão seguro como imaginamos?
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Especialistas em segurança digital dizem que não. Eles sustentam que o aplicativo, atualmente disponível para Android, iPhone (iOS), Windows e Mac, deixa a desejar.
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O Telegram é seguro de verdade?
Depende do ponto de vista. Em sua página oficial, o Telegram promete a criptografia de "segredos pessoais e profissionais". Essa funcionalidade existe quando o usuário ativa o chat secreto, uma das ferramentas embutidas no aplicativo para smartphones. Quando a função é iniciada, o Telegram passa a utilizar a criptografia para embaralhar o conteúdo das mensagens e impedir que pessoas de fora interceptem as comunicações.
No entanto, vamos combinar: a maioria das pessoas não faz uso deste recurso, o que faz com que o Telegram seja menos seguro que o WhatsApp, considerando-se a forma como o programa vem configurado de fábrica. É aí que o problema começa.
Chat secreto do Telegram: o que é e como usar mensagens criptografadas
O assunto veio à tona no primeiro semestre deste ano, com especialistas criticando a ausência da criptografia nativa no serviço. O analista sênior de políticas da União Americana de Liberdades Civis, Christopher Soghoian, disse ao site Gizmodo que o Telegram "entrega tudo" que o governo dos Estados Unidos quer. "Eu prefiro que eles usem um método de encriptação que segue as melhores práticas da indústria, como o do WhatsApp e Signal? Certamente. Mas se ele não está ativo por padrão, não importa", completou.
A crítica se intensifica quando levamos em consideração que o Telegram armazena seus dados em servidores fora do país. A chamada "nuvem" é o que permite ao serviço pegar a mensagem enviada para uma mensagem e entregar ao destinatário, ainda que ele esteja num PC ou telefone.
É por este motivo que o histórico de conversa no Telegram não tem fim. Os criadores do app decidiram armazenar tudo o que foi trocado entre as pessoas – textos, fotos, vídeos e até stickers – numa central própria. Até onde se sabe, os servidores de computador usados pela ferramenta não têm níveis elevados de segurança.
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A organização Electronic Frontier Foundation (EFF), de proteção dos direitos civis no ambiente digital, fez um estudo sobre a segurança oferecida pelos aplicativos de troca de mensagem. O Telegram responde negativamente para as seguintes perguntas: "Criptografa de modo que o provedor não pode ler os conteúdos?", "Você pode verificar a identidade dos seus contatos?" e "As comunicações anteriores ficam seguras se a sua chave [de segurança] é roubada?"
O WhatsApp, por sua vez, responde positivamente às questões. O único problema apontado pela EFF tem a ver com o código usado pela mensageiro para encriptar as mensagens não estar disponível para auditorias independentes.
Portanto, é razoável dizer que o WhatsApp é mais seguro que o Telegram. A situação só muda de figura ao considerar o chat secreto do Telegram – este sim garante ao aplicativo pontuação máxima na avaliação do Telegram.
Ainda está pensando em migrar do WhatsApp para o Messenger? Os especialistas recomendam que você comece conversas com a função de chat secreto ativada, caso queira resguardar as suas informações.
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