A exposição Interface Interlace abriu as portas em 14 de julho, no Laboratório de Atividades do Amanhã, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. A proposta é reunir 12 peças entre roupas e acessórios, que fossem responsivas, sustentáveis e responsáveis e provocar uma reflexão sobre a forma como nos vestimos, além de reavaliar a cadeia da indústria da Moda. Dentre as tecnologias utilizadas estão a impressão 3D, sensores, corte a laser e também biotecidos.
O processo de criação
Para criar os protótipos wearables (ou tecnologia vestível) ─ como o colar de segurança pessoal que pode ser acionado por comando de voz e o casaco que vira mochila com sinalização eletrônica de LED ─ foi reunido um grupo interdisciplinar composto por designers, em conjunto com especialistas em novas tecnologias.
Denominado como Programa de Tecnologia Na Moda, a experimentação que culminou na exposição, foi uma parceria entre o Museu do Amanhã, a plataforma multicultural O Cluster e a startup de biotecnologia ambiental residente da Incubadora de Empresas da Coppe UFRJ, Biotecam.
“O objetivo do “Tecnologia na Moda” é pensar as roupas que usamos todos os dias de uma forma diferente. É explorar a junção de roupas com eletrônica, impressão 3D, sensores e biotecidos, aplicando essas técnicas ao que vestimos”, comenta Marcela Sabino, Diretora do Laboratório de Atividades do Amanhã (LAA).
Dos 180 participantes iniciais, que fizeram parte da oficina até maio deste ano, restaram 14 residentes finalistas. Eles foram responsáveis pela confecção de roupas e acessórios funcionais, aplicando novas ferramentas, como o uso de biotecidos ─ peças produzidos por microorganismos ─ durante os cinco meses.
“Foram necessárias inúmeras horas de pesquisas e houve falhas, avanços, frustrações, descobertas e triunfos — um processo de tentativa e erro árduo, mas imprescindível para inovar. Os resultados não são produtos prontos, mas protótipos que apontam para um mundo em que a moda pode ser diferente”, diz.
O que tem por lá?
Quem for visitar a exposição verá que a soma de criatividade, ciência, tecnologia e inovação funcona. Ideias como a bolsa de biotecido de kombucha com trama de fungos que usa painel orgânicos solares para recarregar o celular podem projetar soluções para um cenário futuro. A mobil jaquet que faz parte da mostra também conta com placas solares capazes de recarregar pequenos gatgets pessoais.
Segurança e praticidade também estão presentes na jaqueta\mochila feita em corte a laser com sinalização eletrônica em LED, que pode ser usada por ciclistas à noite. A exposição traz, ainda, com um acessório em forma de colar capaz de informar a amigos e familiares sobre situação de risco do usuário, por meio de um comando de voz. Dessa maneira, o consumidor não precisa abrir mão da beleza para se sentir seguro, pois o design da peça não deixa a desejar.
Ainda sobre wearables, há uma blusa e vestido com uma proposta super inovadora: a primeira é feita com malha interativa e fios de computadores que garantem uma programação responsiva do corpo, ativando uma performance com luz de LED. Já a segunda roupa é um vestido de noiva com robótica retrátil, que pode ter o comprimento da saia encurtado após o fim da cerimônia.
Vale lembrar que todas as peças têm em comum a busca de soluções para problemas atuais e para e equilíbrio entre forma e funcionalidade.
As tecnologias usadas nas peças
Biotecido
Foi preciso repensar a produção tradicional da moda. Os criadores experimentaram novas técnicas e ferramentas, mantendo o equilíbrio entre forma e função. Os protótipos foram produzidos com biotecidos, desenvolvidos pela startup Biotecam. A tecnologia mistura biotecnologia e nanotecnologia para desenvolver tecidos feitos a partir de bactérias. Ou seja, materiais ecofriendly — termo usado para se referir a peças amigáveis ao ambiente, de b
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