Processadores da Intel da última década são passíveis de uma falha de segurança que coloca dados do usuário em risco. De acordo com informações publicadas pelo site The Register, a vulnerabilidade é caracterizada por um erro de design que permitiria a um hacker utilizar a brecha das CPUs para visualizar blocos de memória protegidos pelo sistema operacional. Sendo assim, informações confidenciais do usuário poderiam ficar expostas, como senhas e outros tipos de dados sensíveis.
Para piorar, as soluções do problema tendem a comprometer a performance dos chips, com perda de até 30% do desempenho. A falha incide diretamente na relação do processador com o kernel, o núcleo do sistema. Por isso, pode atingir os principais sistemas operacionais, como Linux, Windows 10 e macOS, já que todos têm seus modelos próprios de kernel.
Segundo o portal, desenvolvedores do mundo todo já trabalham em correções para o problema no Linux. Enquanto isso, espera-se que atualizações eliminem a brecha no Windows 10 e no macOS.
O que é a falha?
A falha incide sobre os processadores da última década da Intel, independentemente da geração. As informações relacionadas à forma exata como a vulnerabilidade se manifesta e pode ser explorada não foram divulgadas.
Até agora, sabe-se apenas que CPUs da Intel permitem que softwares ma
Um exemplo de uma aplicação dessa brecha poderia ocorrer com a execução de um malware qualquer no PC. O vírus usaria a brecha presente na CPU da Intel para requisitar a leitura de blocos de memória em que o kernel está ativo naquele instante. Isso poderia permitir que a praga virtual interceptasse uma senha, lesse o conteúdo de uma mensagem ou visualizasse arquivos que você mantém abertos em determinado instante.
Como corrigir?
Por conta disso, a correção só pode ser obtida por meio de um redesenho da forma como sistemas operacionais trabalham com as áreas protegidas da memória em que o kernel reside durante a operação de processos. Ao criar essa nova barreira, que torna o kernel e esses espaços de memória invisíveis ao processador, é possível contornar a falha.
O kernel é um componente comum a qualquer plataforma e pode ser definido como o núcleo do sistema operacional. Portanto, esse componente fundamental faz a interface entre hardware e software, tendo acesso integral à memória e a dados presentes no disco, que vão desde senhas a informações pessoais.
Perda de desempenho
Segundo o The Register, além da comunidade de programadores responsáveis pelo Linux, já há atualizações em fase de implementação para Windows e macOS. Entretanto, testes mostram que a solução poderá custar caro para os usuários. Alguns processadores da Intel podem sofrer perdas de performance consideráveis quando passam a trabalhar com os sistemas operacionais corrigidos.
Embora não exista uma medida oficial referente a esse impacto, benchmarks iniciais indicam que as quedas podem girar entre 7% e 30%, dependendo do modelo de processador e do tipo de atividade realizada durante a medição. Em geral, a tendência é de que processadores mais antigos demonstrem maior dificuldade com a atualização e apresentem perdas maiores.
Embora máquinas com CPU da AMD não tenham sido afetadas, há informações de que processadores ARM, usados em smartphones e tablets, são passíveis de falha similar.
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