O Twitter explicou que um número restrito de funcionários da empresa tem acesso às mensagens privadas dos usuários. A declaração foi feita por um porta-voz do microblog ao Buzzfeed News, na última terça-feira (16), após polêmica envolvendo a privacidade das conversas na rede social.
No domingo (14), a organização Project Veritas, comandada pelo ativista de direita James O'Keefe, divulgou um vídeo gravado por câmera escondidas com funcionários do Twitter. Eles afirmam que entre 300 e 400 pessoas têm acesso a dados privados, incluindo DMs enviadas e recebidas na plataforma.
No material disponibilizado pelo Project Veritas no YouTube, o engenheiro de segurança do Twitter Clay Haynes afirma que centenas de pessoas teriam acesso ao conteúdo das mensagens diretas. "Existem equipes dedicados a isso. Nós estamos falando de 400... Pelo menos, 300 pessoas", alegou.
Apesar de admitir que alguns de seus empregados podem visualizar as conversas, o Twitter afirma que o conteúdo mostrado no vídeo é "factualmente incorreto e enganoso" e que somente um grupo bem pequeno de pessoas tem acesso aos chats.
"Nós não revisamos proativamente as DMs. Ponto final. Um número limitado de funcionários tem acesso a essas informações, para fins de trabalho legítimos, e aplicamos protocolos de acesso rígidos para esses funcionários", afirmou a rede em uma declaração aos mei
Ainda de acordo com o Buzzfeed, dois ex-funcionários sêniores da plataforma teriam declarado que, devido ao grande fluxo de posts que circulam no Twitter, a maior parte da moderação é feita por meio de algoritmos. Um outro teria dito, ainda, que as informações do vídeo estão "tecnicamente corretas até certo ponto, mas foram exageradas por idiotas bêbados".
Aparentemente, as filmagens foram feitas sem o conhecimento dos funcionários e muitos deles parecem estar sob o efeito de álcool. Alguns revelam, inclusive, ter acesso a fotos e vídeos íntimos de usuários. O engenheiro de Mensagens Diretas Pranay Singh chega a ironizar, dizendo que se alguém com uma conta no microblog tem uma amante, essa informação já foi parar em seus servidores. É importante dizer, no entanto, que não há como saber até que ponto o material foi editado ou induzido. Confira o vídeo:
Essa não é a primeira vez que o Twitter se envolve em polêmicas com ativistas políticos. Em novembro de 2017, um funcionário do microblog, em seu último dia de trabalho, desativou a conta do presidente norte-americano Donald Trump por 11 minutos. Na ocasião, usuários questionaram sobre como esse tipo de poder dado a empregados da empresa poderia interferir na liberdade de expressão dos que utilizam a plataforma.
Via Buzzfeed News, Project Veritas e TechCrunch
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