Jon "Maddog" Hall, diretor-executivo da Linux, é considerado uma lenda do software livre. Nesta sexta-feira (10) ele apresentou no Fórum Internacional de Software Livre (FISL) o Projeto Cauã, que trabalha na promoção de educação, emprego e tecnologia. Atualmente, a ONG está com um campo de experimentação no Brasil. O desenvolvedor afirma que o incentivo pode gerar resultados importantes para a economia.

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Jon "Maddog" Hall (Foto: Divulgação/FISL 16)

Capacitação de jovens

O objetivo do Projeto Cauã é criar empregos através da colaboração entre pequenos negócios e microempreendedores no ramo da informática. Através da capacitação de jovens universitários da área de TI, a ONG busca a construção de microempreendimentos individuais, com todo o respaldo legal necessário.

Os estudantes oferecem contratos de serviços para empresas pequenas, onde se comprometem a dedicar algumas horas da semana no cuidado da rede, na instalação e na configuração dos computadores, na capacitação da equipe sobre como usar os softwares e outras tarefas similares.

Para Maddog a inserção de estudantes no mercado pode ter resultados importantes para a economia do país, já que o Brasil funciona a base de pequenos negócios, que nem sempre dispõem de um especialista em informática.

“No Brasil, 86% de todos os bens e serviços são feitos por pequenas empresas, com no máximo trezentos funcionários. Eles treinam as pessoas da própria companhia para cuidar dos computadores. Às vezes é a secretária. Às vezes, pior ainda, é o chefe. Eles não são engenheiros, então cometem erros”, explica Maddog.

Os estudantes capacitados pelo Projeto Cauã batem de porta em porta nas pequenas empresas, apresentando os serviços que podem beneficiá-la. Em troca de algumas horas de trabalho semanal, os microempreendedores podem cobrar até R$ 300. Como parte do trabalho pode ser feito de casa, um estudante pode trabalhar com até oito companhias semanalmente e ainda ter tempo para estudar.

Maddog acredita que, casos as empresas sejam apresentadas ao software livre, elas irão adotá-lo naturalmente, sem precisar forçar o uso do Linux. “Se você chegar gritando: ‘ei, eu tenho esse sistema operacional, o Linux, ele é ótimo!’, vão fechar a porta na sua cara, porque as empresas usam Windows. Ao dizer que pode fazer o Windows funcionar melhor, vão deixá-lo entrar. Assim, quando a Microsoft pedir a atualização do sistema operacional você pode dizer ‘bem, dá para usar o Linux’. E, assim, um dia eles vão perguntar 'você pode me contar mais sobre esse Linux?'".

Maddog no FISL 16 (Foto: divulgação/FISL 16)

Presente e futuro do projeto

O Cauã tem ainda outros objetivos ambiciosos, como a criação de bolhas de acesso grátis à Internet que englobem aglomerados urbanos inteiros e o compartilhamento de capacidade de processamento via wireless, a custo zero ou muito baixo. “Queremos dar à vocês a capacidade dos melhores supercomputadores do mundo nas suas casas”, diz Maddog.

Porém, tais metas ainda estão distantes. Apesar de estar em formulação desde 2007, o Cauã tem em torno de 60 microempreendedores de estudantes capacitados na ativa em São Paulo, a primeira cidade com o Projeto, que atendem a 300 pequenos negócios. As ações de capacitação serão estendidas para Florianópolis e Porto Alegre ainda neste ano e se o projeto der certo no Brasil, o plano é expandi-lo para a América Latina.

“Os números são pequenos ainda. Estamos testan

... do”, admite Maddog. “Farei uma oficina de capacitação no FISL onde devem comparecer trezentos interessados. Talvez 25 deles tenham sucesso no projeto. O objetivo é geral um milhão de empregos. Mas se eu fizer 1% disso já são 10 mil. Você acha que eu posso dormir à noite com isso? Acho que eu posso”.

O Projeto Cauã oferece capacitações sobre o modelo de negócios, fornece modelos de contrato e mantém um fórum onde os empreendedores podem ajudar uns aos outros na resolução de problemas técnicos. Nem Maddog nem a equipe do projeto embolsam nada com isso: “todo centavo que você fizer vai para o seu bolso”, ressalta o executivo.

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